Bolsonaro não tem previsão de alta e segue internado no RN, diz médico

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado sem previsão de alta e não deverá ser transferido para São Paulo, segundo a equipe médica do hospital Rio Grande, de Natal (RN), em entrevista coletiva realizada ontem (11).

Postado em 12/04/2025
Bolsonaro não tem previsão de alta e segue internado no RN, diz médico
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Por Síbylle MachadoComercial

O que aconteceu

Não há previsão de alta do ex-presidente, que permanece em observação, segundo o doutor Élio Barreto, cirurgião geral e oncológico. "Permanece estável, com melhoras no humor e na distensão abdominal", disse.

 Bolsonaro não será transferido para São Paulo por opção da família, disse o médico. "O paciente apresenta condições de transferência, mas, por opção da família e da equipe que o assiste, foi optado pela permanência dele no hospital. Não há previsão de alta

A tomografia apontou sinais de suboclusão intestinal —uma obstrução parcial do intestino que dificulta, mas não impede completamente, a passagem de gases e fezes. A equipe médica afirmou que Bolsonaro chegou ao hospital com "forte desconforto abdominal". "Não apresenta sinais de maiores gravidades no momento. Ele precisa ficar internado e continuar o tratamento. As avaliações periódicas é que definirão melhor."

 Por ora, não há indicação cirúrgica, de acordo com os médicos. "Ele está sendo avaliado continuamente com a realização de exames."

 Dor que levou o ex-presidente ao hospital é "difusa", sem localização específica. O diretor-geral do hospital Rio Grande, Dr. Luiz Roberto Fonseca, afirmou mais cedo que dores "sem um ponto focal" em pacientes que já foram submetidos a múltiplas cirurgias, como é o caso de Bolsonaro, geram preocupação com a possível formação de hérnias internas, quando rotações prendem o intestino e aumentar a dor. Ele destacou, porém, que, por ora, não há evidências de que isso tenha acontecido com o ex-presidente.

Bolsonaro sentiu fortes dores na região do abdômen e buscou atendimento médico. O problema seria em decorrência do atentado do qual foi vítima, quando levou uma facada em 2018. Segundo pessoas próximas a Bolsonaro, ele não dormiu bem durante a noite e começou a sentir o mal-estar por volta das 5h. O desconforto começou durante um tour pelo Nordeste, na cidade de Santa Cruz (RN).

 Ex-presidente chegou a ir à primeira agenda do tour, mas o mal-estar teria se intensificado. O ex-ministro Gilson Machado informou que, nas primeiras horas da manhã, ligou para o médico para obter mais informações, mas Bolsonaro teria insistido para ir a essa primeira agenda. Ele passou mal entre a primeir a e a segunda agenda, segundo o ex-ministro que o acompanhava.

 Pessoas próximas ao ex-presidente informaram que ele estava com a barriga inchada. Segundo aliados, Bolsonaro relatou que sentia muitas dores no momento em que deu entrada no hospital em Santa Cruz.

Durante a manhã, ex-presidente foi transferido para Natal com um helicóptero disponibilizado pela governadora do estado, Fátima Bezerra (PT). Segundo o médico que atendeu Bolsonaro no hospital municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz, Evandro Carvalho, ele estava com muita dor abdominal quando chegou a unidade. "Prontamente, a gente já preparou a equipe do hospital, com todos os profissionais", disse Evandro.

 Tour pelo Nordeste cancelado

A visita de Bolsonaro a cidades do Nordeste que teve início hoje foi cancelada. O plano é fortalecer a presença do PL pela região, lançando o projeto Rota 22, cujo objetivo é realizar uma série de visitas, oficinas e seminários pelo país — e o começo seria pelo Rio Grande do Norte.

Bolsonaro visitaria três cidades do interior do Rio Grande do Norte. Havia planos de que o ex-presidente ampliasse o roteiro para outros estados nos próximos meses. Ele está acompanhado do líder da oposição no Senado, o senador Rogério Marinho (PL-RN)

Tour pelo Nordeste mira eleições de 2026. A ideia de rodar o Brasil para divulgar pautas da direita teve apoio de Marinho. O projeto quer ampliar a base política do PL, identificar novas lideranças e estruturar um plano de desenvolvimento regional.

 

Fonte: UOL

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