Falta de verba federal desativa radares em rodovias federais

Corte orçamentário de 88% no DNIT interrompe fiscalização eletrônica; rodovias pedagiadas seguem com radares ativos.

Postado em 12/08/2025
Falta de verba federal desativa radares em rodovias federais
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Por Portal Catalão

Desde o início de agosto, os radares de controle de velocidade nas rodovias federais brasileiras foram desativados, levantando preocupações sobre a segurança no trânsito. A medida, anunciada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), é resultado de um corte de 88% no orçamento do Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV). O orçamento, que deveria ser de R$ 364,1 milhões, foi reduzido para apenas R$ 43,3 milhões na Lei Orçamentária Anual de 2025, com suplementações que elevaram o valor a R$ 79,6 milhões, ainda insuficientes para manter os contratos de manutenção.

A desativação afeta cerca de 47 mil quilômetros de rodovias federais monitoradas, onde os radares desempenhavam um papel crucial na redução de acidentes causados pelo excesso de velocidade. Em 2024, o Brasil registrou aproximadamente 34 mil mortes em acidentes de trânsito, sendo o excesso de velocidade uma das principais causas. Especialistas em segurança viária alertam que a ausência de fiscalização eletrônica pode agravar ainda mais esse cenário.

A Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Tráfego (Abeetrans) criticou a decisão e ameaça recorrer à Justiça para exigir a reativação dos equipamentos. “A retirada dos radares é um retrocesso na segurança viária. Estudos comprovam que o monitoramento eletrônico reduz significativamente os acidentes fatais”, afirmou o presidente da entidade, João Silva.

Enquanto isso, rodovias concedidas à iniciativa privada, como algumas no Paraná, continuam com radares operados por concessionárias, o que pode mitigar o impacto em trechos específicos. O DNIT informou que busca soluções para reverter a situação, mas não há previsão para a retomada do funcionamento dos radares.

A sociedade civil também expressa preocupação. “Sem os radares, muitos motoristas se sentem livres para correr, e isso põe em risco a vida de todos”, lamenta Maria Oliveira, motorista que utiliza diariamente a BR-101.

O governo federal ainda não se pronunciou oficialmente sobre medidas para recompor o orçamento do PNCV, enquanto a população aguarda ações concretas para garantir a segurança nas estradas.

Fonte: JC UOL