Alunos do Colégio Veratz, de Catalão (GO), vencem competição nacional de inovação e vão conhecer centro espacial da NASA

Outro colégio goiano, o Monteiro Lobato, também foi reconhecido no HackaNAV 2025, concurso promovido pelo programa Nave à Vela, da Arco Educação.

Postado em 06/10/2025
Alunos do Colégio Veratz, de Catalão (GO), vencem competição nacional de inovação e vão conhecer centro espacial da NASA
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Por Síbylle MachadoComercial

Alunos do colégio goiano Veratz, de Catalão, foram os grandes vencedores da maior competição de inovação educacional do Brasil, o HackaNAV. Criado para alunos de 8º e 9º ano de escolas parceiras do programa Nave à Vela, da Arco Educação, o movimento reconheceu neste sábado (4), em São Paulo, as instituições de ensino com melhor desempenho na última etapa do concurso. O estado de Goiás também foi representado na final do concurso por estudantes do Colégio Monteiro Lobato, de Santa Helena de Goiás.

Todas as escolas foram desafiadas na final a propor soluções contra ondas de calor, para a cidade fictícia "Solárida". Os projetos desenvolvidos ao longo do dia foram analisados por uma banca especializada de jurados e o prêmio para a instituição de ensino vencedora foi uma viagem ao Space Center da NASA, em Houston, nos Estados Unidos.

A Veratz apresentou o projeto "Coolpack", uma mochila inteligente, equipada com sensores de temperatura e frequência cardíaca, além de umidificador de ar. Na construção do protótipo a equipe usou arduino (plataforma de código aberto), micro bit (pequeno computador programável), ventoinha, entre outros materiais.

"É muita felicidade saber que todo nosso esforço foi reconhecido e agora vamos para a Nasa. Nunca imaginei que isso seria possível, mas sempre foi um sonho. Será a minha primeira viagem para fora do Brasil", diz o aluno Augusto Simões, de 14 anos, capitão da equipe e aluno do Veratz – que participou pelo segundo ano de uma final no HackaNAV. "Todo o esforço valeu a pena", reforçou. A equipe também é composta por Camila Honório, Miguel Gomes de Oliveira e Gustavo Henrique Barbosa.

O professor que coordenou a equipe do Veratz, Leandro Hall, disse que os alunos "vieram com sede de primeiro lugar". "Se não fosse o empenho dos alunos em buscar novos conhecimentos, nada seria possível. É o amor que nos move como educador. A educação compensa e tem o poder de mudar toda a estrutura", disse.

Solução contra queimadas

O passaporte para a final, que contou com dez instituições de ensino de todo o Brasil, foi a inscrição de um projeto no tema: "Criatividade no combate às catástrofes". O HackaNAV motiva o desenvolvimento de iniciativas autorais que buscam solucionar desafios reais com inovação, criatividade e propósito.

Para chegar na última etapa do concurso, os estudantes do Colégio Monteiro Lobato propuseram o 'AgroFireWatch', uma solução acessível e eficaz de monitoramento para prevenir incêndios em áreas agrícolas. A equipe, coordenada pelo professor Murilo Almeida da Silva, é composta pelos alunos Vitor Alexandre, Manuela Lourenço, Urbano Filho e Alice Gusmão.

O protótipo criado pelos estudantes conta com sensores de gás, temperatura e umidade, e, numa situação de risco, envia alertas a uma placa central com comunicação via wi-fi a uma central de monitoramento. O sistema também traz GPS, que informa o local da possível queimada, e funciona com baterias de ion lítio, com alta eficiência energética.

O projeto dos alunos de Santa Helena de Goiás conecta o conhecimento científico ao campo, valorizando a relação entre homem e natureza. Para os estudantes, significou compreender que a inovação como ferramenta de preservação da terra e da vida.

Alunos como protagonistas da transformação

 

O HackaNAV 2025 mobilizou mais de 4 mil estudantes de todo o país, e resultou em 151 projetos e impacto. Os projetos inscritos foram divididos em cinco eixos: prevenção de catástrofes; monitoramento de riscos, socorro em situações de desastre, reconstrução após desastres e educação científica e combate à desinformação. Um dos principais objetivos da iniciativa é extrapolar conhecimentos da sala de aula, ou seja, motivar aplicação de conteúdos de física, biologia e tecnologia em soluções de problemas do dia a dia, que considerem catástrofes ou vulnerabilidades das próprias cidades.

"Com o HackaNAV, queremos estimular o pensamento crítico e o letramento na área de tecnologia, para a construção de um futuro que é dinâmico e mutável. Os projetos exploram diversas possibilidades de mundo, motivando também o desenvolvimento de habilidades sócio-emocionais, de colaboração e coletividade", reforça Nathália Coutinho, head de Marketing da Arco Educação.

Diversas iniciativas aconteceram em parceria com órgãos locais, como Defesa Civil, Bombeiros, ONGs e Prefeituras, com a missão de dar o protagonismo aos jovens como principais agentes de mudança, na resolução de problemas que impactam diretamente suas comunidades. A ideia do movimento é fortalecer o conceito de educação científica em rede: com escolas, famílias e sociedade conectados em torno da inovação.

Na grande final, que aconteceu neste sábado (4), em São Paulo, três escolas levaram a melhor no desafio, desenvolvido ao longo do dia, em que tiveram que criar um projeto para o combate a ondas de calor. Além do Colégio Veratz, que ficou na primeira posição, o segundo lugar ficou com o Colégio Nossa Senhora da Luz, de Salvador (BA). Já o terceiro posto ficou com o Colégio e Curso Desafio, de Recife (PE).

 

Fonte: luis.lima@brcomm.com.br