Médico que fez cirurgia de separação lamenta morte de siamesa em Goiás: 'Doloroso'

Após mais de um ano de preparo e acompanhamento médico, a pequena Kiraz, uma das gêmeas siamesas separadas em uma cirurgia inédita no Brasil, faleceu nove dias após o procedimento. O anúncio foi feito com emoção pelo médico Zacharias Calil, que também é deputado federal por Goiás. "É com imenso pesar que comunico a morte da Kiraz", disse o cirurgião, visivelmente abalado, em vídeo publicado nas redes sociais. Ele acompanhava as irmãs desde os primeiros meses de vida e liderou a complexa operação.

 

A cirurgia de separação, realizada no dia 10 de maio, foi o resultado de meses de planejamento. Kiraz e Aruna nasceram unidas pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando órgãos como o fígado e possuindo três pernas. O procedimento, que durou cerca de 15 horas, contou com uma equipe multidisciplinar e demandou técnicas como o uso de expansores de pele ao longo do último ano. Apesar do empenho da equipe médica, Kiraz não resistiu às complicações pós-operatórias. "É como perder alguém da família", desabafou Calil.

Enquanto isso, Aruna segue lutando pela vida. De acordo com o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente, ela permanece em estado grave na UTI, em ventilação mecânica e sob monitoramento intensivo. Os pais, Liliane e Alessandro, demonstram força mesmo diante da perda. "Estamos confiantes! Sempre colocando Deus à frente", havia declarado o pai antes da cirurgia, refletindo a fé e esperança da família.

 

A jornada das gêmeas comoveu o país. Liliane, mãe das meninas, descobriu a gestação gemelar já avançada, e só soube da condição de suas filhas nas últimas semanas antes do parto. Técnica de enfermagem, ela cuidava das duas sozinha e compartilhava o dia a dia nas redes sociais, recebendo apoio de milhares de seguidores que acompanharam cada etapa dessa história tão delicada e inspiradora

Fonte: terra.com.br