Crédito Consignado para Trabalhadores com Carteira Assinada Bate Recordes e Gera Polêmica

O novo programa de crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada está superando todas as expectativas. Em poucos dias, mais de R$ 50 bilhões já foram solicitados, surpreendendo o setor financeiro e demonstrando a alta demanda pelo novo modelo de empréstimo.

Até o momento, 5,6 milhões de brasileiros entraram na fila para obter o crédito, com um valor médio de R$ 8.995 por pessoa e um prazo médio de 31 meses para pagamento. Para se ter uma ideia do impacto, esse montante já supera o total de crédito consignado concedido ao setor privado em janeiro de 2025, que foi de R$ 41 bilhões, de acordo com dados do Banco Central.

O Programa Crédito do Trabalhador, criado por medida provisória em março, permite que trabalhadores da iniciativa privada, incluindo Microempreendedores Individuais (MEIs), solicitem empréstimos com desconto direto na folha de pagamento. O grande diferencial da iniciativa é a possibilidade de comprometer até 35% do salário com parcelas do crédito, fator que impulsionou a procura pelo programa. Considerando uma margem consignável de R$ 901, o salário médio dos solicitantes tem girado em torno de R$ 2.585.

Como Solicitar o Benefício

Para obter o crédito consignado, o trabalhador precisa seguir alguns passos:

1. Verificar se a empresa onde trabalha possui convênio com bancos ou financeiras autorizadas a oferecer o crédito consignado.

2. Escolher a instituição financeira de preferência e simular o empréstimo, verificando taxas e condições de pagamento.

3. Apresentar a documentação necessária, como identidade, CPF e comprovante de renda.

4. Autorizar o desconto das parcelas diretamente na folha de pagamento.

5. Aguardar a análise e liberação do valor solicitado, que pode variar conforme o banco e o perfil do solicitante.

Para os MEIs, o processo pode variar, sendo necessário consultar diretamente as instituições financeiras que oferecem essa modalidade.

Polêmica e Repercussão Política

A nova modalidade de crédito viralizou nas redes sociais após a ministra Gleisi Hoffmann divulgar um vídeo promovendo o programa com a legenda: "Apertou o orçamento? O juro tá alto? Pega o empréstimo do Lula". A publicação gerou uma enxurrada de críticas e foi posteriormente apagada.

Enquanto o governo defende a medida como uma oportunidade para mais brasileiros terem acesso ao crédito em condições favoráveis, a oposição alerta para o risco do aumento do endividamento da população em um cenário de juros elevados.

 

O debate sobre os impactos econômicos e sociais do programa segue intenso, e especialistas alertam para a necessidade de educação financeira e responsabilidade no uso do crédito para evitar futuros problemas de endividamento.