Empresário suspeito de ligação com PCC tem quase 30 postos em Goiás, sendo 2 em Catalão

Armando Hussein Ali Mourad, irmão de investigado da operação Carbono Oculto, administra postos em várias cidades de Goiás, incluindo Catalão, onde controla duas unidades.

Postado em 04/09/2025
Empresário suspeito de ligação com PCC tem quase 30 postos em Goiás, sendo 2 em Catalão
Foto: Marcello Casal Jr. - Agência Brasil
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Por Portal Catalão

 

Armando Hussein Ali Mourad, irmão de Mohamad Hussein Mourad — um dos principais alvos da megaoperação Carbono Oculto — aparece como sócio ou administrador de pelo menos oito postos no Entorno do Distrito Federal e outros 20 em diferentes cidades goianas, incluindo Goiânia.

A operação, realizada na última quinta-feira (28), cumpriu cerca de 200 mandados de prisão, busca e apreensão contra 350 pessoas e empresas investigadas em um esquema bilionário de fraude e adulteração de combustíveis, controlado pelo PCC, em dez estados do país.

Uso de familiares e empresas de fachada

De acordo com a Polícia Federal, Mohamad utilizava parentes para dar uma aparência legal às atividades ilícitas. Além dos postos, Armando também assumiu uma distribuidora em Goiás. As empresas eram utilizadas para lavagem de dinheiro e expansão dos negócios.

Os estabelecimentos de Armando são classificados como “bandeira branca”, ou seja, não têm vínculo com grandes distribuidoras de petróleo. Entre eles, alguns funcionam sob a marca Infinity e outros como PPostos.

No Entorno do DF estão:

  • PPostos Abadiânia (Abadiânia)

  • PPostos Alexânia (Alexânia)

  • Posto Infinity Alexânia (Alexânia)

  • Posto Infinity Goianésia (Goianésia)

  • Posto Infinity Luziânia (Luziânia)

  • Posto Futura Niquelândia (Niquelândia)

  • Posto Infinity Divisa (Santo Antônio do Descoberto)

  • Posto Santo Antônio (Santo Antônio do Descoberto)

  • Posto Dipoco, em (Catalão)

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    Posto Infinity, em (Catalão)

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    Posto Atlântico, em (Goiânia)

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    Posto Canaã, em (Goiânia)

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    Posto Parada 85, em (Goiânia)

Em outras regiões de Goiás, ele controla mais de 16 unidades, como em Goiânia, Aparecida, Jataí, Rio Verde, Senador Canedo, Morrinhos e Terezópolis.

Esquema bilionário

As investigações apontam que o grupo criminoso importava nafta e diesel do exterior, revendia de forma fraudulenta e adulterava combustíveis com metanol, elevando de maneira ilegal a margem de lucro.

De 2020 a 2024, estima-se que a movimentação financeira tenha alcançado R$ 52 bilhões, com baixa arrecadação de impostos. Apenas uma fintech ligada ao esquema movimentou R$ 46 milhões.

Além disso, os envolvidos investiam em imóveis, fazendas, caminhões e usinas para disfarçar a origem do dinheiro. Durante a operação, foram bloqueados R$ 7,6 bilhões em bens.

Atuação nacional

Mais de mil postos estariam ligados à lavagem de dinheiro e adulteração, segundo Receita Federal, Ministério Público e Polícia Federal. O esquema se estendia também a estados como São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, envolvendo cerca de 1.400 agentes públicos na investigação.

O PCC utilizava importadoras de fachada e fintechs de fachada para movimentar recursos sem rastreabilidade. A Receita Federal calcula que cerca de R$ 8,67 bilhões em tributos federais deixaram de ser recolhidos.