Goiana encontrada morta no Japão estava em sua primeira viagem internacional, diz amiga.

Amanda Borges estava fora do Brasil desde março e via vídeos na internet para se comunicar e se locomover no país. Jovem de 30 anos foi encontrada morta em um apartamento no dia 1º de maio.

Postado em 07/05/2025
Goiana encontrada morta no Japão estava em sua primeira viagem internacional, diz amiga.
Avatar
Por Síbylle MachadoComercial

A goiana Amanda Borges da Silva, de 30 anos, que foi encontrada morta em um apartamento na cidade de Narita, no Japão, estava em sua primeira viagem internacional, segundo uma amiga. A jovem estava fora do Brasil desde março e visitou primeiro a cidade de Seul, na Coreia do Sul.

Flávia Muniz, amiga de Amanda há cerca de 10 anos, contou que a goiana não havia planejado a viagem à Àsia. “Ela estava comentando com um amigo nosso, que já tinha viajado para o exterior, como ela tinha medo de viajar sozinha. Eu acho que não estava planejado”, relatou.

De acordo com Flávia, a jovem usava o tradutor e via vídeos na internet para se comunicar e se locomover pelo país.

“Meu inglês tá péssimo. Eu uso tradutor 24 horas. Algumas coisas eu entendo, mas quando aprofunda não. Antes de andar sozinha, eu vejo muitos vídeos no Tiktok, de como andar de ônibus, metrô..", disse Amanda, em uma mensagem enviada para a amiga antes do ocorrido.

Em uma publicação no Instagram, Amanda publicou sobre a sua paixão por viajar. "Eu amo minha cidade, mas ela é pequena para caber os meus sonhos", escreveu.

A jovem foi encontrada morta na madrugada de quinta-feira (1º). O amigo James Fernandes, disse que ela deveria ter embarcado para o Brasil horas antes.

Apartamento em chamas e suspeito

Conforme informado pela emissora pública japonesa NHK, Amanda estava em um apartamento que pegou fogo. Um homem do Sri Lanka foi preso suspeito de ter deixado o local sem apagar o incêndio, informou a emissora. A reportagem não conseguiu confirmar a informação com autoridades brasileiras ou familiares da jovem.

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio, disse a reportagem que tem ciência do caso e está em contato com os familiares da brasileira, a quem presta assistência consular, e com as autoridades locais japonesas.

Cheia de sonhos'

A jovem morava em São Paulo, mas era natural de Caldazinha, na região metropolitana de Goiânia. Amanda era formada em Letras e mestre em linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG), além de atuar como pesquisadora.

Em entrevista à TV Anhanguera, a mãe dela, Valdeina Borges, mencionou que a goiana planejava voltar para Goiás no final do mês de maio. "Ia reunir com a família toda, gostava de fazer churrasco. Ela falou que no Dia das Mães não dava pra vir, mas que dia 20 ela viria, mas não deu certo", lamentou.

Eunice Borges Bezerra, tia da jovem, também comentou sobre o retorno dela ao município e lamentou a perda da sobrinha. "Muito estudiosa mesmo, inteligente. Uma moça maravilhosa. Vai fazer muita falta para todos nós”, relatou.

Em nota, a Prefeitura de Caldazinha lamentou a morte de Amanda. O texto lembrou que ela era uma jovem cheia de sonhos, querida por todos e se solidarizou com os familiares e amigos da goiana.

Viagem ao Japão

No Japão, Amanda acompanhou de perto o Grande Prêmio (GP), no dia 6 de abril, como uma grande fã de Fórmula 1. A jovem também conheceu o Disney Sea, um parque de diversões temático e único, que contém brinquedos, shows e restaurantes.

Ela publicava sobre as diferenças culturais entre os países e o Brasil. Ao ser questionada por uma seguidora no Instagram sobre o que mais gostou no Japão, Amanda respondeu sobre a organização e o respeito das pessoas.

Um dia antes de ser encontrada morta, a jovem disse que país asiático era seguro. Após esquecer uma mochila com o passaporte e dinheiro em um trem, ela chegou a publicar nas redes sociais sobre ter conseguido recuperar os pertences.

A família da brasileira organizou uma vaquinha on-line para arrecadar o valor necessário para trazer o corpo da jovem de volta ao Brasil.

Flávia Muniz, amiga próxima de Amanda, contou que os orçamentos realizados pela família indicaram que é necessário cerca de R$ 78 mil para o traslado do corpo. Contudo, o Gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás arcará com 30% do valor.

A família precisa, agora, arrecadar cerca R$ 55 mil para trazer o corpo de Amanda ao Brasil. Segundo Flávia, os familiares desejam que o enterro ocorra em Caldazinha (GO), município onde Amanda nasceu e viveu sua infância.

“O desejo é que ela seja enterrada no cemitério de Caldazinha, onde os outros familiares estão, inclusive o avô dela, que foi o último familiar a falecer. Agora, a nossa única preocupação é trazer a Amanda de volta”, declarou.

As doações estão sendo arrecadadas em uma conta em nome da mãe de Amanda, Valdeína Borges da Silva, por meio da chave 62 995709612.

Na tarde desta terça-feira (6/6), a vaquinha alcançou a marca de R$ 30 mil arrecadados. “A gente precisa do dinheiro o quanto antes porque ela está lá desde quinta-feira e nós não sabemos quanto tempo ainda temos”, desabafou.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), que disse estar ciente do caso e declarou que mantém contato com os familiares da brasileira, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio.

Fonte: G1 / Metropóles