Caiado acusa Governo Federal de não repassar mais de R$ 1,26 mil milhões à Saúde de Goiás

O governador Ronaldo Caiado denunciou nesta sexta-feira que o Governo Federal deixou de transferir mais de R$ 1,26 mil milhões para a área da Saúde de Goiás nos últimos três anos.

Postado em 03/10/2025
Caiado acusa Governo Federal de não repassar mais de R$ 1,26 mil milhões à Saúde de Goiás
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Por Portal Catalão

Goiânia, GO – 3 de outubro de 2025
Segundo ele, a União tem violado a Constituição e outras leis que determinam o financiamento da saúde pública, obrigando o Estado a assumir despesas que seriam de responsabilidade federal.

Caiado apresentou dados indicando que o montante não repassado soma R$ 1.266.774.630,90, dos quais R$ 1,15 mil milhões se referem ao teto de Média e Alta Complexidade (MAC) entre 2023 e 2025, e R$ 110 milhões dizem respeito ao custeio do Hospital de Águas Lindas.

O governador também criticou a falta de transparência da União, afirmando que, desde 2012, não há publicação dos critérios utilizados para calcular os repasses aos estados. “Goiás está a pagar aquilo que deveria ser da responsabilidade federal. A União se omite, e quem sofre é a população”, declarou.

Repasse abaixo da média nacional

Embora seja o 11.º estado mais populoso do país, Goiás ocupa apenas a 19.ª posição em repasses federais per capita para a saúde. Em 2024, o estado recebeu R$ 419 milhões — valor considerado insuficiente para cobrir a demanda do SUS. Enquanto 22 estados viram crescimento nos repasses por habitante, Goiás registou uma queda de 0,6%.

Para compensar essa redução, o governo estadual tem aumentado os investimentos próprios. Em 2023, foram aplicados R$ 4,13 mil milhões na saúde, o que corresponde a 13,9% da receita estadual — acima dos 12% obrigatórios pela Constituição. Em 2024, o investimento subiu para R$ 4,73 mil milhões, ou 14,3% da receita.

 

Caiado também salientou a diminuição da participação federal no financiamento do SUS: em 2002, a União custeava 52% dos gastos com saúde no país; hoje, essa fatia caiu para 40%, sobrecarregando estados e municípios.