Fila do SUS bate recorde pós-pandemia: espera por cirurgia pode chegar a 634 dias

A espera por cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS) continua em um nível alarmante. Dados recentes apontam que o tempo médio para a realização de um procedimento cirúrgico pode chegar a 634 dias, mantendo-se em patamares recordes desde o período pós-pandemia.

A fila para cirurgias eletivas – aquelas que não são consideradas de emergência, mas que impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes – aumentou nos últimos anos, reflexo do acúmulo de procedimentos adiados durante a pandemia de COVID-19. Hospitais enfrentam desafios estruturais, falta de profissionais e limitações orçamentárias, tornando a espera ainda mais longa.

 

Impacto na saúde e na qualidade de vida

Para muitos pacientes, a demora significa viver com dor, mobilidade reduzida ou até o agravamento da condição de saúde. Especialistas alertam que, em alguns casos, a espera prolongada pode transformar uma cirurgia eletiva em um caso de urgência.

 

Além disso, há relatos de pacientes que, diante da longa espera, acabam recorrendo à rede particular ou a ações judiciais para conseguir acesso ao procedimento. O impacto psicológico também é grande, já que a incerteza e o sofrimento prolongado afetam não apenas o paciente, mas também seus familiares.

 

Possíveis soluções

 

Governo e gestores de saúde têm anunciado medidas para tentar reduzir a fila, como mutirões de cirurgias, ampliação de convênios com hospitais filantrópicos e maior investimento na rede pública. No entanto, especialistas defendem que é preciso uma estratégia de longo prazo, que envolva maior financiamento da saúde, melhor gestão dos recursos e aumento na capacidade hospitalar.

Enquanto isso, milhares de brasileiros continuam esperando, enfrentando os desafios da fila do SUS – uma espera que, para muitos, pode ser a diferença entre a recuperação e a perda da qualidade de vida.

com informações do O Globo.