Professora é afastada de escola municipal após família de menina trans de 13 anos denunciar preconceito

Uma professora da rede municipal do Rio de Janeiro foi afastada após a família de uma menina trans de 13 anos denunciar um caso de preconceito de gênero.

Postado em 01/04/2025
Professora é afastada de escola municipal após família de menina trans de 13 anos denunciar preconceito
Foto: G1
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Por Portal Catalão

Segundo o relato, a docente teria tentado obrigar a estudante a usar seu nome de batismo, que é masculino, durante as aulas.

O caso ocorreu há duas semanas na Escola Municipal Acre, localizada em Todos os Santos, na Zona Norte do Rio. De acordo com a família, a professora de inglês se recusou a chamar a adolescente pelo nome social, adotado desde o ano passado e devidamente registrado em seus documentos.

Constrangimento em sala de aula

A mãe da estudante, Rosana Sarmento Ribeiro, afirmou que a professora exigiu que os alunos com nome social também escrevessem o nome de batismo nos trabalhos escolares.

“Na frente da turma inteira, ela perguntou quem era Kauane. Quando minha filha respondeu, a professora escreveu, de próprio punho, o nome morto dela no trabalho. Isso é um absurdo”, denunciou Rosana.

Queixa formal e investigação

A adolescente, que está no espectro autista, ficou profundamente abalada e não conseguiu retornar às aulas desde o episódio. Sua mãe registrou um boletim de ocorrência por crime de preconceito e reforçou as críticas à conduta da educadora.

“Ela não está ali para ensinar, está disseminando ódio, preconceito, discriminação, capacitismo, homofobia e transfobia”, afirmou Rosana.

A família também relatou que essa não foi a primeira situação de discriminação envolvendo a professora. Em 2023, ao saber que a estudante pratica o candomblé, a docente teria obrigado a turma a rezar em sala de aula.

Diante das denúncias, a Secretaria Municipal de Educação abriu uma sindicância para apurar os fatos. A Polícia Civil segue ouvindo testemunhas como parte das investigações.

Fonte: G1