Motorista afirma ter visto vulto antes de acidente com ônibus que matou 11 em Araguari

O motorista do ônibus que tombou em Araguari, no Triângulo Mineiro, na madrugada da última terça-feira (8), declarou às autoridades que viu um “vulto” ou reflexo na pista pouco antes de perder o controle do veículo, que transportava 53 passageiros. A tragédia resultou na morte de 11 pessoas.

“O que ele relatou foi que percebeu um reflexo, como um vulto, tentou frear e acabou perdendo o controle do ônibus”, informou o delegado regional de Araguari, Luciano Alves dos Santos. Segundo ele, a Polícia Civil só irá divulgar detalhes mais precisos sobre a causa do acidente após a conclusão do inquérito.

O delegado também destacou que o motorista é experiente, com 30 anos de profissão, e que fazia aquele trajeto semanalmente. Ele trabalhava há quatro anos na Viação Real Expresso, empresa responsável pelo veículo, e não tinha histórico de envolvimento em acidentes graves.

“Já coletamos muitos elementos, incluindo depoimentos, perícias e outras evidências objetivas. No entanto, seguimos em busca de mais informações para concluir as investigações”, disse o delegado. Ele acrescentou que até o momento, oito das vítimas já foram identificadas.

 

O perito da Polícia Civil, Daniel Luíz de Souza, também comentou sobre o cenário encontrado no local. De acordo com ele, os corpos apresentavam lesões muito graves, o que dificultou o reconhecimento de algumas vítimas, sendo necessário o uso de impressões digitais para identificá-las.

“Houve vítimas arremessadas para fora do ônibus, mas a maioria foi encontrada debaixo do veículo. Estimamos que cerca de nove corpos estavam sob o coletivo. Foi preciso destombar o ônibus para poder retirá-los”, explicou o perito.

Entre os feridos graves levados ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) estava uma mulher grávida de oito meses, que precisou passar por uma cesariana de emergência e também por uma cirurgia para amputação do braço. O bebê segue internado na UTI neonatal e seu estado de saúde é considerado estável.

O pai da criança, que também estava no ônibus, relatou ao g1 os momentos de desespero: “Quando tentei puxá-la, o ônibus virou. Todos começaram a sair, ouvi apenas gritos. Estava com muita dor, muito preocupado, rezando o tempo todo para que minha esposa e filha ficassem bem.”

De acordo com informações do HC-UFU, dos nove feridos levados à unidade, um não resistiu, três já receberam alta e cinco continuam hospitalizados.